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O cocô fala muito sobre o bebê: saiba identificar quando há problemas

Do site UOL - Universa - Maternidade

por Universa

03/05/2024

Quando se tem um bebê em casa, as fases do cocô mudam conforme ele vai crescendo. Muitas mães acreditam que a amamentação interfere de modo direto no intestino do filho e por isso evitam comer certos alimentos.

A realidade é que quando colocamos mais alimentos na alimentação do bebê, a textualidade das fezes dele muda. Mas, é importante alertar aos pais que as alterações podem se tornar motivo de atenção, pois podem indicar possíveis problemas de saúde.

Junto à mudança nas fezes, é preciso que os pais observem se a criança apresenta outros sintomas como vômitos, náuseas, distensão abdominal e gases, ou sintomas gerais, como febre, suor, tremores, mudanças no apetite e no humor, perda ou ganho não adequado de peso. O estado do cocô não deve ser o único indicativo da saúde do bebê.


Alterações

As primeiras evacuações do recém-nascido eliminam um tipo especial de fezes chamado mecônio. Geralmente, são fezes que foram produzidas no período intrauterino, antes de a criança se alimentar. Possuem cor escura e consistência amolecida e grudenta, difícil de limpar.

Após a eliminação total do mecônio e com o início da alimentação com leite materno, o cocô se torna mais líquido e, em geral, amarelado, podendo ser também esverdeado ou amarronzado.

Com o passar dos meses, se o bebê é alimentado, exclusivamente, com leite materno, o cocô começa a ser acompanhado por pequenos grumos, mas que não são consistentes. Nessa fase, é normal que as fezes ainda sejam um pouco líquidas.

Apenas após o terceiro ou quarto mês de vida, as fezes começam a ficar mais pastosas. Se o bebê é alimentado com fórmulas ou possui aleitamento misto, essas características podem mudar e variam de acordo com cada produto e ficam mais consistentes.


Frequência de evacuação

A frequência de evacuações também pode variar bastante. Segundo os especialistas, é normal que, nas primeiras semanas, o bebê evacue todas as vezes que mama, que é conhecido como gastrocólico. Com o tempo, em média após o primeiro mês de vida, essa frequência diminui e passa a três ou quatro vezes ao dia.

No entanto, nos três ou quatro primeiros meses, pode também acontecer de o bebê ficar sem evacuar por até seis dias. Para os especialistas, se a criança está mamando, esperta, ganhando peso, não demonstra estar incomodada com cólicas e as fezes não estão endurecidas, não há nada de errado. Isso pode acontecer, principalmente, com bebês que se alimentam apenas de leite materno.

Mas, quando novos alimentos passam a ser introduzidos na alimentação, em geral no sexto mês de vida, as fezes começam a mudar novamente. E nessa fase, a cor e a consistência vão depender de quais alimentos a criança está consumindo.

É importante ressaltar que cada criança vai apresentar um padrão de características do cocô quanto de frequência de evacuação. Cabe aos pais reconhecer quando o filho sair do que é considerado normal para a sua rotina.


Quando ficar preocupado?

São duas as causas mais comuns de preocupações dos pais: a diarreia e a constipação. Como a frequência e a característica das fezes variam para cada bebê, os adultos devem considerar que o bebê está com diarreia quando houver uma alteração. A definição de diarreia é quando ocorre um aumento no número de evacuações ou uma diminuição das consistências.

Segundo os especialistas, o quadro pode ter muitas causas e deve ser informado ao pediatra. Já se o bebê ficar dias sem evacuar e isso não for seu ritmo normal, ele pode estar constipado.

A presença de sangue ou muco nas fezes sempre devem acender um alerta nos pais. Isso é um sinal que deve ser sempre comunicado ao pediatra por poder representar, por exemplo, um dos primeiros sinais de alergia à proteína do leite de vaca.

Já a presença de muco pode representar sinal de inflamação do intestino. Outro ponto importante é que as fezes sempre têm de ser coradas. Elas podem ser marrons, amarelas ou verdes, mas um sinal de alerta são fezes sem cor, se forem brancas, o médico deve ser comunicado imediatamente.

Fontes: Pediatras Moises Chencinski, Gerson Matsas, e Alessandra Cavalcante

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545