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Amamentação: uma “questão de idade"

Do site da Crescer

O pediatra Moises Chencinski apresenta novidades a respeito do aleitamento materno

Dr. Moises Chencinski - Colunista

13/09/2021

"Amamentabilidade" (licença poética) desde a maternidade (sala de parto), com disponibilidade (livre demanda), exclusividade (até o 6º mês) e continuidade (até 2 anos ou mais).

Passamos por mais uma Semana Mundial de Aleitamento Materno e por mais um Agosto Dourado. É preciso ter muita criatividade e curiosidade para trazer novidades a respeito desse tema, que é fundamental desde a antiguidade. A proposta para esse período é aumentarmos a sensibilidade e a familiaridade com a amamentação, para que seja encarada com naturalidade.

Ideia passada? Vamos para as atualidades? (Ainda tem mais ...) Período rico em perspectivas, estudos, políticas públicas.

25/06/2021
Um estudo publicado no Breastfeeding Medicine avaliou os sintomas das mães que amamentavam e de seus bebês após a vacinação contra covid-19. Foram incluídas na pesquisa 4.455 mães lactantes que presentaram sintomas após a vacinação (fadiga, dor de cabeça, dor muscular, dor no local da injeção, calafrios, febre ou reações alérgicas), mais comuns após a 2ª dose. Em 98,3% dos casos não foi observado nenhum impacto negativo na amamentação.

E mesmo entre as mães que informaram terem um impacto adverso sobre a amamentação, a opinião sobre a vacinação e a confiança em sua decisão de receber a vacina contra a covid-19 foram altas.

Assim, a pesquisa concluiu que a vacina resultou em interrupção mínima da lactação ou impacto na criança amamentada e, enquanto ainda espera por resultados mais definitivos dos estudos, a vacinação de covid-19 em mães lactantes continua sendo indicada e aceita.

27/08/2021
Publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) uma investigação original mostrando o desempenho cardíaco no primeiro ano de idade entre bebês prematuros alimentados com Leite Materno. Esse estudo com 80 bebês prematuros demonstrou que aqueles que receberam mais leite materno melhoraram a função cardíaca no 1º ano, com valores próximos aos dos 100 bebês nascidos a termo, em um grupo controle.

08/09/2021
Aprovado o Projeto de Lei 4768/2019 que "institui a Política Nacional de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno".

O PL 4768/2019, proposto em 29/08/2019 (há 2 anos), traz como objetivos (e vamos anotar para podermos cobrar):
- Assegurar o direito da mãe e da criança ao aleitamento materno nos padrões estabelecidos pelas autoridades sanitárias;
- Promover a conscientização da sociedade sobre o tema;
- Estimular a implementação de medidas que facilitem o aleitamento materno em ambientes de trabalho, lazer e transporte, unidades hospitalares, educacionais e prisionais, entre outros;
- Estimular a doação de leite materno e a expansão da rede de bancos de leite humano;
- Estimular a realização de estudos, pesquisas e eventos sobre aleitamento materno;
- Estabelecer a base para a adoção de hábitos de alimentação saudável.

O PL, que foi aprovado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados (depois de 2 anos), vai para análise, em caráter conclusivo, das comissões de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Setembro chegou. A seguir, vem um “restinho de ano” para mais ações em prol da saúde materna, infantil e do planeta. E depois, 2.022... O que a futuridade nos reserva? Quem sabe um ano dourado?

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545