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Entidades médicas divulgam nota de apoio à suspensão de todas as vacinas contra covid-19 para grávidas sem comorbidades

Do site da Revista Crescer

Associação Médica Brasileira, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, Sociedade Brasileira de Imunizações e Sociedade Brasileira de Pediatria assinaram boletim publicado nesta sexta-feira (21)

Por Juliana Malacarne

21/05/2021

Grávidas e puérperas foram incluídas no grupo prioritário para a vacinação no dia 27 de abril, mas as recomendações do Ministério da Saúde mudaram depois da notificação do óbito de uma gestante de 35 anos em 10 de maio, dias após a aplicação da vacina AstraZeneca/Fiocruz. A gestante apresentou acidente vascular cerebral hemorrágico e o feto também veio a óbito. O caso ainda está sendo investigado para comprovar se houve relação com a vacina.

Por causa das mortes materna e fetal possivelmente relacionadas com o imunizante Astrazeneca/Fiocruz, a aplicação de todas as vacinas foi suspensa para gestantes e puérperas sem comorbidades ou outros fatores de risco (como trabalhar na área de saúde). Já para o grupo de grávidas e puérperas com risco elevado para covid-19, a vacinação deve continuar com as vacinas Pfizer e Coronavac. A nota das entidades médicas corrobora essa decisão.

De acordo com o pediatra Moises Chencinski, do Departamento Científico de Aleitamento da Sociedade Brasileira de Pediatria, a opção por suspender as vacinas foi tomada porque ainda não existem evidências científicas suficientes sobre sua aplicação em grávidas e mulheres no pós-parto. “Não existe lugar no mundo em que gestantes e puérperas estejam entre os grupos prioritários para a vacinação contra covid-19”, explica Chencinski. “A opção foi seguir esse padrão internacional, mantendo apenas as gestantes e puérperas com comorbidades ou outro fator de risco no grupo prioritário. Ainda precisamos aguardar evidências de estudos das vacinas em gestantes e puérperas para poder recomendá-las com segurança”.

Apesar do apoio das entidades médicas, o assunto é controverso entre os especialistas. Nas redes sociais, a pesquisadora e obstetra, Melania Amorim, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), publicou um posicionamento em que classificou a decisão de suspender a vacina para gestantes e puérperas como “arbitrária”. “Dispomos de vacinas que já são comprovadamente seguras para uso na gravidez, quais sejam a da Pfizer e Coronavac, e elas deveriam ser garantidas para todas as grávidas e puérperas. O risco de trombose com trombocitopenia depois da aplicação da vacina Oxford-Astrazeneca é muito raro, acredito que as gestantes e puérperas deveriam ter o direito de escolher, depois de informadas, se querem a vacina da Astrazeneca/Fiocruz, como recomendam outros países (inclusive o Reino Unido)”, escreveu.

Quais são as recomendações das entidades médicas e Ministério da Saúde para as grávidas e puérperas que já tomaram a primeira dose da vacina contra covid?

- Se a vacina era da Pfizer ou Coronavac, o esquema vacinal deve ser seguido sem alterações.

- Se a vacina era da Astrazeneca/Fiocruz, é recomendo aguardar o término do período da gestação e puerpério (até 45 dias pós-parto) para a administração da segunda dose.

Na nota, as entidades médicas recomendam que gestantes e puérperas que já receberam dose(s) da vacina AstraZeneca/Fiocruz, procurem atendimento médico imediato se apresentarem um dos seguintes sintomas nos 4 a 28 dias seguintes a vacinação:

- Falta de ar
- Dor no peito
- Inchaço em perna
- Dor abdominal persistente
- Sintomas neurológicos, como dor de cabeça persistente e de forte intensidade, visão borrada, dificuldade na fala ou sonolência.
- Pequenas manchas avermelhadas na pele além do local em que foi aplicada a vacina

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545