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Custo ambiental do leite em pó deve ser motivo de preocupação global

Do site da Revista Nova Família

Custo ambiental do leite em pó deve ser motivo de preocupação global. “A produção excessiva de fórmulas lácteas para bebês e crianças pequenas exacerba os danos ambientais e deve ser motivo de crescente preocupação global”, argumentam especialistas do British Medical Journal, BMJ, em artigo publicado, agora, em outubro.

por Redação

06/11/2020

Além disso, os autores destacam que as pesquisas mostram que:

  • a amamentação exclusiva, por seis meses, economiza aproximadamente 95- 153 kg de CO2 equivalente por bebê, em comparação à alimentação com fórmula.

Somente para o Reino Unido, a economia de emissões de carbono obtida ao apoiar as mães a amamentar equivaleria a tirar de 50.000 a 77.500 carros das estradas a cada ano, escrevem os autores.

Para isso, eles pedem uma ação urgente do governo para apoiar a amamentação como parte de um compromisso global de reduzir as pegadas de carbono em todas as esferas da vida.

A indústria de alimentos, particularmente a produção de laticínios e carne, contribui com cerca de 30% dos gases de efeito estufa globais, explicam os cientistas.

A maioria das fórmulas é baseada no leite de vaca em pó.

O metano da pecuária é um poderoso e significativo gás de efeito estufa e o leite de vaca tem uma pegada hídrica de até 4.700 litros por quilograma de pó.

Além disso, a fórmula infantil em pó só pode ser feita com segurança com água que foi aquecida a pelo menos 70°C, proporcionando um uso de energia equivalente a carregar 200 milhões de smartphones por ano.

E metade dos gases de efeito estufa associados à produção de fórmulas provém de fórmulas subsequentes, que são desnecessárias e potencialmente prejudiciais, informam os autores do estudo.

Importância do leite materno para o ambiente

E como o leite de vaca em pó é nutricionalmente inadequado para um bebê em desenvolvimento, a fórmula é complementada com aditivos como:

  • óleo de palma, coco, colza e girassol;
  • óleos de fungos, algas e peixes;
  • minerais e vitaminas.

Embora ainda não esteja claro se esses suplementos são nutricionalmente adequados ao desenvolvimento, sua produção tem um efeito prejudicial inegável ao meio ambiente, apontam os cientistas.

Outros custos para o meio ambiente incluem uso de papel, resíduos de plástico e transporte em vários estágios na produção, comercialização e venda de substitutos do leite materno.

O impacto ambiental de muitos aspectos da produção de fórmulas, como transporte, não está documentado.

Amamentação e meio ambiente

“Por outro lado, a amamentação usa poucos recursos e produz desperdício mínimo ou zero, defendem os autores do trabalho, e os resultados associados à saúde infantil e materna produzem populações mais saudáveis ​​que usam menos recursos de saúde”, informa o pediatra homeopata, Moises Chencinski.

Apesar de todos esses benefícios, os autores apontam que, globalmente, apenas 41%, dos 141 milhões de bebês nascidos anualmente são amamentados exclusivamente até os 6 meses.

O Reino Unido possui algumas das menores taxas de aleitamento materno do mundo e um dos mais altos usos da fórmula per capita, apesar de mais de 85% das mulheres grávidas desejarem amamentar.

Essa é uma responsabilidade social para a qual todos podemos contribuir.

“É necessária uma abordagem multiprofissional, incluindo suporte aprimorado para as mães, melhor acesso ao leite de doadores rastreados, de um banco de leite regulado, quando é necessária a suplementação, que pode apoiar a amamentação, e aumento do número de consultores especializados em lactação em todo o mundo, afirma o médico, criador do Movimento #EuApoioLeiteMaterno.

Apoio à mãe que amamenta

As mudanças culturais também estão atrasadas para remover os inúmeros obstáculos à amamentação enfrentados pelas novas mães, acrescentam os pesquisadores.

“Precisamos reconhecer que as próximas gerações exigem que ajamos rapidamente para reduzir as pegadas de carbono em todas as esferas da vida. A amamentação faz parte desse quebra-cabeças e é necessário investimento urgente em todo o setor”, observa Moises Chencinski.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545