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Coronavírus: sem pânico, com responsabilidade

Do BLOG PEDIATRA ORIENTA - SPSP

Passamos, no momento, por uma situação desconhecida ou já esquecida por grande parte dos brasileiros (última em 2009 – H1N1): PANDEMIA.

por Dr. Moises Chencinski - Coordenador do Blog Pediatra Orienta para a Voz do Blog

17/03/2020

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a situação atual com o coronavírus como uma pandemia em 11 de março de 2020. Para isso, a questão não é o número de casos, mas sim de uma epidemia que se espalha pelos continentes, já com transmissão sustentada, ou seja, de pessoa para pessoa dentro de um mesmo país, sem depender de casos vindos de fora.

O COVID-19 (nome do coronavírus atual que teve seu primeiro relato em dezembro de 2019) apareceu na China e de lá se espalhou rapidamente pelo mundo, pela alta capacidade de contágio, causando, inclusive, mortes (cerca de 2,4% dos casos). No momento, os países mais afetados com novos casos são a Itália (cerca de 3.500), Espanha (1.500), Irã (1.365), França (830) e Alemanha (735). A China, que foi onde tudo começou, está em franca queda de casos novos (27). No entanto, ainda apresenta alto número, mas baixa taxa de letalidade (número de mortes por uma doença dentro do número total de doentes por essa doença, num determinado período de tempo)

Por ser um coronavírus novo (há outros que já circulam entre nós, mas sem as mesmas características), ninguém está naturalmente protegido contra ele e não existem nem vacinas e nenhum tratamento milagroso que aumente a imunidade geral ou específica em relação ao vírus.

Devemos tomar muito cuidado com as “falsas promessas” que estão circulando pelas redes sociais e grupos de WhatsApp:

Não. Não existe soro preparado que aumente a imunidade contra o vírus.
Não. Não existem nem preparados vitamínicos ou dieta específica contra o vírus.
Não. Não existe nenhum tratamento homeopático ou fitoterápico contra o vírus.

O que funciona é INFORMAÇÃO AÇÃO.
O que funciona é PREVENÇÃO e (o nome do momento) CONTENÇÃO.
O que funciona é RESPONSABILIDADE e SOLIDARIEDADE.

Muita cautela com as informações de pessoas, até muito conhecidas, que estão tentando fazer com que outros acreditem que a situação não é tão real ou importante.

Não. Coronavírus não é um simples resfriado ou uma gripe.
Não. Coronavírus não é uma manobra política ou econômica.
Não. Coronavírus não é uma invenção da mídia.
Coronavírus existe, se espalha e pode matar.

Febre, tosse, dificuldade respiratória, contato com pessoas que viajaram para fora do país e voltaram nos últimos 14 dias são sinais importantes para se pensar em coronavírus e entrar em contato com o serviço de saúde ou seu pediatra.

Crianças podem pegar a doença, podem transmitir, mas são um dos grupos de menor risco e sem relato de morte (um caso referido na China, com 14 anos). Os grupos de maior risco são os idosos (especialmente acima de 70 anos) e pessoas com doenças crônicas (cardiopatias, imunodeficiências, hipertensão, câncer).

As recomendações de contenção orientadas pelas sociedades (Sociedade Brasileira de Pediatria, Sociedade Brasileira de Infectologia, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia ) e órgãos oficiais (Ministério da Saúde, OMS e o nosso Sistema Único de Saúde) devem ser seguidas à risca: lavar as mãos, não beijar, não apertar as mãos, não abraçar, uso de álcool gel e providências como: lavar mais ainda as mãos, não sair correndo para estocar alimentos e evitar pânico e alarmismo, são muito importantes.

A experiência que o mundo tem com o coronavírus tem ensinado um pouco sobre seu comportamento e mostrado caminhos para conter a sua evolução, na tentativa de controlar as taxas de doença grave e morte, não totalmente, mas evitando altos picos da epidemia, como ocorreu na China e agora na Itália e Espanha.

Seguindo as recomendações do Ministério da Saúde, poderemos mudar o curso esperado dessa pandemia no Brasil, adotando, desde cedo, medidas protetoras e de contenção. Não são férias. É uma quarentena. Ficar em casa, recolhido, em família, protegendo todos, mas essencialmente os mais vulneráveis.

Quanto mais cedo nos distanciarmos fisicamente, mais cedo poderemos nos abraçar.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545