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Temas para não levar ao pé da letra nos grupos de mães na internet

Do site da Gazeta-RS

Os grupos de mãe de whatsapp facilitam o contato e ajudam a dar dicas e tirar dúvidas, no entanto, é preciso ter cuidado com alguns temas discutidos nesses ambientes que, muitas vezes, não são mediados por um profissional qualificado.

15/06/2018

Em vez de ajudar, os grupos podem confundir as mulheres e fazer com que se sintam piores que as outras mães. É preciso lembrar que nem tudo o que se fala nos grupos de discussão na internet é verdade ou se aplica a todas as famílias, pois há questões que só cabem aos pais ou que precisam ser discutidas com especialistas.

Relação do casal piora depois que os filhos nascem
Muitas pesquisas mostram que o relacionamento de todo casal realmente mudam com o nascimento das crianças, mas que isso é natural, porque junto com o bebê, nascem uma mãe e um pai. Psicólogos sugerem que para que a relação não esfrie, é recomendado evitar chamar o parceiro de “papai”.

Amamentação
A OMS (Organização Mundial da Saúde), a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e o Ministério da Saúde recomendam que o aleitamento materno seja feito desde a primeira hora de vida, seja exclusivo e em livre demanda até o 6º mês, estendido até dois anos ou mais. Mas cada caso deve ser analisado individualmente, pois o tempo em que a mãe vai poder amamentar depende de inúmeros fatores. De acordo com o pediatra Moisés Chencinski, é necessário ficar atento com o que é discutido nesses grupos, porque a generalização dos dados faz com que as mães que não sigam essa orientação se sintam diminuídas e desanimadas ou, até mesmo, sejam discriminadas, tendo a impressão de serem “menos mães” que as demais.

Onde o bebê vai dormir?
Algumas mães defendem com unhas e dentes o fato de que os bebês necessitam dormir sozinhos a partir do terceiro mês de vida. Porém, cada criança segue o seu ritmo, portanto é uma questão de personalidade. Deve-se esperar o tempo da criança e considerar a conveniência para os pais. O ciclo de sono é coordenado pela liberação da melatonina: quando escurece, esse hormônio é liberado, o que causa o sono, explica o pediatra Moisés Chencinski. Quando pequena, a criança ainda não tem esse sistema bem desenvolvido. É um processo que pode demorar meses.

Mãe profissional?
A mãe precisa ir em reuniões, ajudar nos temas de casa e estar sempre disponível, o que pode prejudicar a sua vida profissional. Algumas, abdicam ao trabalho com a defesa de que “é melhor para os filhos a mãe não trabalhar fora”, mas psicólogos comentam que a longo prazo, cuidar apenas dos filhos pode não ser benéfico para a mãe e nem para as crianças.
Uma pesquisa americana revelou que, quem é criado por mulheres que trabalham fora, não têm pior desempenho escolar do que os filhos das que ficam em casa. A pesquisa mostra ainda que as crianças cujas mães têm vida profissional sofrem menos com problemas como depressão e ansiedade. Os mesmos estudos alertam que, enquanto trabalham, as mães devem escolher escolinhas de ótima qualidade para deixar os filhos, pois isso influencia no desenvolvimento deles.

Ida à escolinha
Algumas mães se sentem as piores do mundo quando precisam deixar os filhos em escolinhas antes dos dois anos. Frases como “enquanto puder, segure em casa” ou “se levar antes, irá adoecer com certeza” fazem parte do cotidiano da maioria das mães. Na contramão, a psicóloga Lidia Weber diz que está cientificamente comprovado que não existe diferença de desenvolvimento entre as crianças que vão para berçários e creches desde cedo e as que não vão. Ela afirma que seria interessante os pais poderem ficar mais tempo com as crianças, mas que isso nem sempre é possível.
“Para a socialização, linguagem e desenvolvimento cognitivo, ir para a escolinha é melhor do que ficar em casa, mas há outras questões que devem ser consideras. Em grupo, as crianças costumam pegar mais doenças e aprendem comportamentos inadequados, entre outras coisas. Estudos sobre o assunto mostram que, para as crianças, frequentar escolas traz mais benefícios que prejuízos, mesmo antes de completarem dois anos”, diz Lidia.

A chupeta deve ser tirada pelos pais
Quando a criança começa a caminhar, falar, os pais escutam muito “quando esta criança vai dar a chupeta para o papai noel?”. Para a maioria dos médicos, as crianças devem, de fato, exterminar as chupetas imediatamente. Uma vez iniciado o hábito de usar a chupeta para acalmar, há maior risco de desmame precoce, de oclusão dental, problemas respiratórios e interrupção de sono. Mas, “se o mal já está feito”, a chupeta deve ser usada apenas para ajudar a criança a adormecer. Ela deve ser retirada sim, mas cada mãe com o seu ritmo.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545