Do site - Instituto Girassol - Profissionais
26/04/2016
Baseados no fato de o leite materno ser, reconhecidamente, o alimento ideal para o crescimento e desenvolvimento de uma criança e de ter um papel singular nos impactos sobre a saúde emocional e fisiológica de mães e crianças, apenas um pequeno número de crianças consegue atingir o aleitamento materno exclusivo (AME).
Essa pesquisa, publicada no International Journal of Pediatrics, visou conhecer os obstáculos e desafios à promoção do AME no Irã.
Catorze mães que amamentam, quatro membros importantes da família (avós, maridos) e seis funcionários que prestaram serviços de aconselhamento de amamentação participaram de entrevistas individuais, que foram gravadas e transcritas e depois analisados por meio de análise de conteúdo convencional.
Foram encontradas três categorias principais nas respostas, que refletiam as experiências de barreiras dos participantes para a promoção da amamentação: "incompetência dos serviços de amamentação", "inadequada auto-eficácia da mãe em amamentação" e "negligência da família para o leite materno".
Os participantes consideraram que o sistema de saúde teve a maior parte na responsabilidade na promoção do aleitamento materno e que o desempenho inadequado de Hospital Amigo da Criança, a insuficiência de centros de pré-natal com habilidades de ensino para mães e famílias e o apoio insuficiente para a mãe após o parto tinham causado os principais danos à amamentação.
O grupo avaliado sugeriu que, para superar as barreiras na promoção do aleitamento materno, além de reformar os planos existentes de acordo com barreiras identificadas nesta pesquisa, programas de apoio e educacionais devem ser fornecidos para todos os indivíduos envolvidos na amamentação, incluindo as mães, as famílias e os trabalhadores na área de saúde.
Comentário:
Essa pesquisa, apesar de um número bem menor de participantes, e de ter sido realizado em um país com características sociais, culturas e econômicas diferentes do estudo realizado no Reino Unido, nos remete a reflexões muito semelhantes: a importância de a informação ser veiculada a todos os envolvidos, direta ou indiretamente no aleitamento materno e não focada apenas nas mães.
A família e os “serviços de amamentação” precisam conhecer melhor dados sobre a importância do aleitamento materno para apoiar as mães. Quando isso não ocorre, a capacidade de uma mãe em amamentar é colocada em cheque e esse pode ser um passo definitivo na direção do desmame.
Está mais do que na hora de repensarmos nossas estratégias. Uma reavaliação e uma reestruturação mais ampla em relação ao aleitamento materno se faz necessária, se pretendermos atingir o objetivo de oferecer as melhores condições para o crescimento e desenvolvimento adequado das crianças.
Publicação: International Journal of Pediatrics
Fonte: Heidari, Z., Keshvari, M., & Kohan, S. (2016). Breastfeeding Promotion, Challenges and Barriers: a Qualitative Research. Int J Pediatr, 4(5).
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545
