O que são pés tortos congênitos?
São deformidades complexas e graves dos pés, presentes ao nascimento, envolvendo malformações ósseas, ligamentares, tendinosas, algumas vezes associadas a outras malformações congênitas e presentes em numerosas síndromes. O nome técnico da deformidade é pé torto eqüino-varo congênito.
A incidência é de 1 caso para cada 1.000 nascidos vivos. 50% são bilaterais e acometem 2 vezes mais meninos que meninas.
Como os pais podem desconfiar?
Freqüentemente há casos de pés tortos na família. A deformidade é evidente ao nascimento: o pé é desviado para dentro e para baixo, como se a região da sola do pé quisesse "olhar" para o rosto do bebê. A curva plantar é exagerada (o contrário do pé plano), o pé é rígido e há certo gráu de hipotrofia das pernas acometidas. Deve-se sempre fazer um exame clínico completo na criança portadora de pé torto congênito à procura de outras malformações
Como é o tratamento deste quadro?
A deformidade é incapacitante para a marcha e deve ser tratada o mais breve possível, sendo a avaliação ortopédica e o planejamento terapêutico realizados já na maternidade. O tratamento tem por objetivo conseguir um pé com apoio plantígrado , isto é, com a sola do pé apoiada da melhor maneira possível no chão e com a forma do pé a mais normal possível, constituindo um desafio para o Ortopedista.
Inicialmente, indica-se o tratamento dito conservador, que consiste em trocas seriadas de gesso e manipulações corretivas, semanalmente, com gessos "modelados" do pé à virilha, corrigindo-se progressivamente as deformidades. Tal método proporciona 75 – 80 % de bons resultados. Os outros 20 a 25% dos pacientes serão operados. Uma porcentagem dos pacientes portadores de pé torto congênito poderá apresentar seqüelas dolorosas ao longo da vida.