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A influência do contato pele-a-pele após o parto cesariana sobre as taxas de aleitamento e satisfação materna

Do site Instituto Girassol - Profissionais

18/12/2015

Esse estudo buscou determinar a influência do tempo do contato pele-a-pele (skin-to-skin contact – SSC) entre mãe e RN (na sala de parto ou mais tardio) nas taxas de adesão e duração do aleitamento materno e a sensação das mães em relação ao processo do parto cesariana e o aleitamento materno.

Foram comparados dois grupos de mães que passaram pelo procedimento de parto cesariana: o primeiro (n=25) teve o contato pele-a-pele (SSC) na sala de parto e durante o período de recuperação e o segundo (n=16) recebeu a rotina de cuidados padrão com SSC tardio na sala de recuperação ou sem SSC.

Os dados foram colhidos no pós-parto e por telefone entre 4 a 12 semanas pós-parto. Os autores concluíram que as mães que tiveram SSC imediato (grupo 1) apresentaram um início de aleitamento mais precoce, duração de aleitamento significativamente mais prolongada e taxas de aleitamento materno exclusivo muito mais marcantes do que o grupo 2.

Os achados sugerem a incorporação do contato pele-a-pele imediatamente após o nascimento é considerado benéfico para todos os recém-nascidos e mães e deve ser implementado em todos os ambientes hospitalares.

Comentário:

Esse é apenas um dos estudos que comprovam que a via de parto não é preditiva de insucesso no que diz respeito ao aleitamento materno, desde que haja o estímulo apropriado da equipe de saúde que cuida do binômio mãe-RN. Fica muito claro que, se houver estratégias apropriadas pós-natais, é possível estimular o aleitamento materno e beneficiar mães e recém-nascidos.

Esse outro estudo com 565 mães comprovou que após uma orientação adequada com suporte de aleitamento pós-natal, mesmo após um parto cesárea, o estabelecimento do AM foi superior (70,29% vs. 75,94%) no grupo orientado, assim como as taxas de AME na alta (89.13 vs. 75.94), após 2 semanas (85,51% vs. 53,38%) e 6 semanas (74,64% vs. 38,35%).

O SSC imediato e o aleitamento materno precoce podem também influenciar positivamente o estresse oxidativo materno e a sensação de dor pós-parto. Nesse estudo, 90 pacientes foram divididas em 2 grupos baseados no tempo do SSC e aleitamento. O grupo 1 teve SSC e AM na sala de parto durante a cesariana enquanto que no grupo 2 houve uma espera de uma hora após o final do parto para esses procedimentos. Os autores concluíram que as mães do grupo 1 apresentaram um estresse oxidativo muito menor e uma maior produção e ocitocina.
Assim, fica claro que não só a cesariana não é uma justificativa preditiva para baixos índices de aleitamento materno quanto o contato pele-a-pele e o aleitamento materno na sala de parto favorecem as mães, com diminuição de seu estresse oxidativo e os bebês, quer seja no início mais precoce, como na duração maior do aleitamento materno exclusivo.

Publicação: Journal of Obstetric, Gynecologic, & Neonatal Nursing
Fonte: 
Conroy, C. C., & Cottrell, B. H. (2015). The Influence of Skin‐to‐Skin Contact after Cesarean on Breastfeeding Rates, Infant Feeding Responses, and Maternal Satisfaction. Journal of Obstetric, Gynecologic, & Neonatal Nursing, 44(s1), S61-S62.
DOI: 10.1111/1552-6909.12633

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545