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Já é hora de dormir

Da Revista Materlife nº 74

Essa hora (de dormir) continua sendo um dos momentos de atrito entre pais e filhos, desde a mais tenra infância até a fase de adolescência.

Na maior parte das vezes, as crianças não dormem bem por responsabilidade (ação ou omissão) dos pais. Educar não é apenas pagar escolas, alimentar, levar para passear. Orientar limites, dar diretrizes de condutas sociais, mostrar caminhos e até colocar na cama na hora certa e de uma forma adequada são tarefas ligadas à criação dos filhos. 

O ciclo do sono é formado por cinco estágios que duram cerca de noventa minutos (pode chegar a 120) e que se repetem quatro ou cinco vezes durante a noite. 

Quando você adormece, os sentidos se perdem na seguinte ordem: visão, paladar, olfato, audição e tato. Ao despertar, voltam primeiro o tato, depois a audição, visão, paladar e olfato. Assim, o tato é o último sentido a adormecer e o primeiro a despertar. Encostou, acordou. 
E o paladar é um dos primeiros qie adormecem e é um dos últimos a "acordar". Essa é uma das razões para que, mamães desesperadas pelo fato de seus filhos não comerem o quanto ela gostariam que eles comessem, tenham a atitude (inadequada) de dar aquele leitinho que ele não toma de jeito nenhum quando está acordado. Não se deve alimentar quem está dormindo. 

As crianças crescem enquanto dormem. Isso é quase uma verdade. 
Você tem o sono REM(= Rapid Eye Moving - movimentos rápidos dos olhos) e o não REM. O GH (Hormônio do Crescimento) tem 75% de sua liberação na fase do sono não REM, ou seja, quando a criança dorme (em sono profundo). 
Entre outras funções, o GH ajuda a manter o tônus muscular, evita o acúmulo de gordura, melhora o desempenho físico e combate a osteoporose. Alguns estudos mostraram que as pessoas (inclusive crianças) que dormem pouco reduzem o tempo de sono profundo e, em conseqüência, a fabricação do hormônio do crescimento. 

Crianças que não dormem pelo menos 10 horas aos 3 anos de idade têm maior chance de serem obesas aos 7 anos. Esse é o resultado de uma pesquisa recente e tem uma razão também. Junto com o GH, na mesma fase do sono, ocorre a liberação da leptina (hormônio de saciedade). 
Quem não dorme a quantidade de horas recomendadas para a idade produz menores quantidades de leptina. Resultado: o corpo sente necessidade de ingerir maiores quantidades de carboidratos. As conseqüências serão sentidas na balança. 
Os pais precisam estar atentos. 

Irritabilidade excessiva, mais agressividade, choro sem uma causa aparente e sem horário específico, mudança de comportamento, piora no desempenho escolar podem ser sinais de falta de sono. 

Dormir muito mais aos finais de semana pode ser uma tentativa do organismo de compensar o que está fazendo falta durante a semana (e isso não funciona).

De acordo com cada idade, seu filho pode precisar de mais horas de sono, divididas entre o dia e a noite. Assim, até o soninho diurno pode ser importante em determinadas fases de nossas vidas. Vai aí uma regrinha (que não é uma obrigação e sim uma orientação) para que você não se perca. Lembre-se que cada um de nós (isso inclui nossos filhos) tem a sua necessidade própria de sono. 

RN: 16 a 18 horas por dia. 

2 a 6 meses: 14 a 16 horas por dia (5 horas dessas, de sono diurno). 

6 a 12 meses: 12 a 14 horas por dia (3 horas dessas, de sono diurno). 

1 a 6 anos: 10 a 12 horas por noite. 
Até os 2 anos – 2 soninhos diurnos de 1 hora cada. 
Dos 2 aos 3 anos – 1 soninho diário de 1 hora. 
Acima dos 3 anos – não há necessidade de sono diurno. 

Acima de 6 anos: 8 a 10 horas por noite. 

Adolescentes: 8 a 9 horas por noite. 

E só para complementar as informações (curiosidade): 

Adultos: 7 a 8 horas por noite. Um descanso de 30 minutos durante o dia é interessante. 

Idosos: Só 6 a 7 horas por noite. Mas é importante um sono diurno de 1 hora e meia. 

Bons sonhos!