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Mitos na Medicina

Da revista Isto É



Em junho participei de uma matéria da revista 
Isto É sobre Mitos na Medicina.

Fui um dos médicos consultados a respeito de temas polêmicos e falei sobre a dentição em crianças provocando febre. 

Outra circunstância cercada de mitos é a dentição do bebê. A maioria dos pais acredita que a febre é um sintoma de nascimento dos dentes. Contudo, não há prova cientifica que justifique a relação, como apontou um trabalho realizado no Royal Children's Hospital, na Austrália. "A pesquisa não confirma a forte relação feita entre a erupção dos dentes e a febre", escreveram os autores. De acordo com o pediatra Moisés Chencinski, de São Paulo, o surgimento dos dentes é um processo natural, portanto não agressivo. "Por isso, não causa febre", explica. Apesar da negativa entre a associação dente/febre, Paula Lopes, de São Paulo, continua acreditando que a febre que castigou seu filho André, 9 meses, foi por causa dos dentes. "Logo depois que os dentinhos apareceram, ele ficou bom."


De qualquer forma, homeopaticamente falando, a febre na época de dentição é um sintoma muito comum nas queixas de consultas que faço no consultório, associada a recusa alimentar, alteração de humor, problemas com sono, diarréia entre outros e que tem grande benefício com o tratamento homeopático.

Mas, alguns assuntos abordados são bem importantes e vale a pena ressaltá-los aqui. 

1) "Não há nada que altere o ritmo de crescimento dos cabelos", diz a dermatologista Maria Fernanda Gavazzoni, da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. "Eles crescem um centímetro por mês, independentemente de terem sido cortados ou não." 

2) Não há fundamento também no medo de despertar um sonâmbulo. "No máximo ele vai acordar assustado e desorientado", diz o neurologista Luciano Ribeiro Pinto, do Instituto do Sono, de São Paulo. 

3) Não é verdade que vídeos educativos estão entre as opções para melhorar o desenvolvimento dos bebês. Em uma recente pesquisa feita pela Universidade de Washington, nos EUA, cientistas entrevistaram mais de mil famílias com crianças de até dois anos que usavam os tais vídeos. Quando perguntados sobre a evolução dos bebês, eles relataram um número limitado de palavras balbuciadas. Isso ocorreria porque o conteúdo dos vídeos tende a ter pouco diálogo e cenas curtas e desconectadas.

4) Nenhuma inverdade é mais persistente do que o valor preventivo, para gripes e resfriados, da vitamina C ou dos suplementos de zinco. Vários trabalhos científicos atestam a ineficácia.Um deles foi feito pelo Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha. "Não importa quanto você ingere de vitamina C ou zinco. Seu risco de ter um resfriado é o mesmo da população em geral", disse à ISTOÉ Bahi Takkouche, autor da pesquisa.