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Cama compartilhada: é perigoso ou não?

Do site Bebê Mamãe

Explicamos quais os prós e contras da cama compartilhada e desvendamos alguns mitos sobre o assunto.

por Bruna Romanini

25/06/2015

A cama compartilhada pode ocorrer quando o bebê dorme em um bercinho anexo à cama dos pais ou quando ele descansa na própria cama dos pais. “As mães adeptas da cama compartilhada preferem assim, especialmente porque não precisam levantar no meio da noite para amamentar”, diz o pediatra Moisés Chencinski, membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Além disso, muitos pais sentem que a cama compartilhada estimula o vínculo deles com seus bebês.

Contudo, existe uma grande polêmica por trás da cama compartilhada. Isto porque alguns pediatras afirmam que ela pode aumentar o risco de morte súbita do bebê. A própria Academia Americana de Pediatria (AAP) orienta que os pais evitem a cama compartilhada a fim de reduzir o risco de morte súbita.

Contudo, muitos estudos questionam o posicionamento da AAP, entre ele um estudo da Universidade de Cambridge, da Inglaterra. Os pesquisadores concluíram que a AAP se baseou em quatro estudos para determinar que a cama compartilhada era arriscada, sendo que em dois deles o risco só foi observado quando os pais eram fumantes e as outras duas pesquisas não levaram em conta se a mãe consumia ou não bebidas alcoólicas.

Além disso, os pesquisadores da Universidade de Cambridge destacam que a AAP ignorou uma série de estudos que levantaram os pontos positivos da cama compartilhada. Uma pesquisa realizada com 5 mil mães, observou que quando elas não fazem a cama compartilhada acabam amamentando em cadeiras ou poltronas reclináveis, na tentativa de se manterem acordadas. Porém, 25% delas afirmaram que muitas vezes não conseguem ficar acordadas. Assim, este tipo de atitude poderia favorecer muito mais o sufocamento do bebê do que a cama compartilhada, segundo a pesquisa.

Entre os pediatras que contrários ao uso da cama compartilhada, um dos argumentos é o de que o excesso de gás carbônico expirado pelos pais poderia sufocar o bebê e levar à morte súbita. “Essa história do gás carbônico é muito absurda, pois seria necessária uma quantidade imensa de gás carbônico para causar isto. Mas problemas relacionados à cama compartilhada realmente podem ocorrer nos casos de filhos de pais que usam álcool, cigarro ou drogas”, explica Moisés Chencinski.

Em bebês menores também podem ocorrer riscos devido ao excesso de calor. “Há muitas questões para se discutir e avaliar e isto deve ser realizado nas consultas médicas. O importante é respeitar a vontade dos pais e oferecer a eles as melhores orientações para que todos possam se beneficiar. Tudo isso são tentativas que fazemos para tentar adequar o melhor dos pais para o melhor do bebê”, constata Moisés Chencinski. Para que a criança cresça de forma adequada é essencial ter um olhar específico para cada família.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545