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Tá chegando a hora da catapora

Do blog Pediatra Orienta da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

A catapora (ou varicela) é mais uma doença infantil provocada por vírus, que aparece principalmente entre o final do inverno e o começo da primavera, transmitida através das secreções respiratórias e pelo contato direto com as lesões da pele.

Relator: Dr. Moises Chencinski - Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da SPSP.

04/09/2014

O período entre o contato e o aparecimento das lesões pode variar entre 7 e 20 dias e nessa fase pode apresentar sintomas bem gerais como febre baixa, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça, náuseas e pode durar de horas a alguns dias. Nas crianças, essa fase pode até nem acontecer ou ser bem leve.

A febre pode ficar mais alta, persistente e aí aparecem as lesões típicas, em surtos sucessivos, que costumam ser rápidos (até em horas): máculas (manchas), pápulas (bolinhas duras), vesículas (bolhas), crostas (casquinhas).

Uma das características que caracterizam a catapora é o pleomorfismo (ou polimorfismo) regional, ou seja, na mesma área aparecem lesões em todas as fases, ao mesmo tempo.

O quadro costuma durar até 10 dias em 3 surtos sucessivos, cada um deles durando em média de 3 dias, com prurido (coceira) como um dos sintomas que mais incomodam.

Apesar de ser quase sempre benigna, pode ter complicações mais graves, como infecções bacterianas secundárias na pele (impetigo, abcessos, celulite, erisipela) até artrites, pneumonias, encefalites, meningites que podem levar até a morte. Assim, aquele hábito antigo de “forçar o contágio na infância” para que não se corra o risco de ter a doença na fase adulta ou na gestação, quando as complicações podem ser mais graves, não é uma boa medida de saúde. O ideal é evitar o contágio.

O acompanhamento médico adequado poderá prevenir ou reconhecer rapidamente e tratar as principais complicações do quadro, evitando agravações à saúde e riscos de morte.

A catapora é contagiosa até que sumam todas as bolhas. Quando ficarem só as casquinhas (crostas) já não há mais riscos, mas elas não devem ser arrancadas ou expostas ao sol direto pelo risco de infecções na pele e de as manchas ficarem permanentes.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda duas doses da vacina:

1ª dose: Com 1 ano de idade, na mesma data que a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), mas em aplicações separadas.
2ª dose (reforço): Com 15 meses (1 ano e 3 meses), podendo ser aplicada em conjunto com a tríplice viral (tetra viral ou quádrupla viral), antecipando a dose que era dada entre 4 e 6 anos. A quádrupla viral já foi liberada para aplicação na rede pública pelo Ministério da Saúde e deve estar disponível nos postos entre 2º semestre de 2013 e 1º semestre de 2014.

Situações especiais

Em crianças que frequentem creches, berçários ou escolas, a vacina pode ser indicada a partir da ocorrência do primeiro caso até no máximo 4 semanas após o último caso, entre 9 meses e 6 anos de idade, para quem não foi vacinado.

Quando se vacinar mulheres em idade fértil deve-se recomendar que a gravidez seja evitada por um período de um mês após a vacina. A administração de uma dose de vacina em pessoas não imunizadas pode impedir ou atenuar de forma significativa a doença se for aplicada até 72 horas após o contágio.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545