Publicações > Meus Artigos > Todos os Artigos

VOLTAR

Dicas para que a volta às aulas não vire um problema dentro de casa

Do site Mais Expressão

Embora a volta às aulas seja uma questão relacionada aos alunos, não são apenas esses que estão envolvidos nesse momento

31/07/2013

Segundo as definições encontradas em dicionários (Caldas Aulete, Houaiss), as férias são um período de descanso de dias consecutivos a que têm direito trabalhadores e estudantes depois de um período (semestral ou anual) de atividades.

Nesse período, com mais tempo livre, buscamos fazer tudo aquilo que não conseguimos fazer durante nosso período de trabalho ou estudo, mesmo que isso represente uma visão muito particular sobre o significado da palavra descanso.

“Nas férias, mudamos nossa rotina de sono, de alimentação e de lazer sempre na busca de uma melhor qualidade de vida e de satisfazer nossos anseios, sem regras, sem limites, sem tempo determinado. E o tempo é a principal corrente que buscamos quebrar em nossas férias. Buscamos o descompromisso com as regras. Assim, imaginamos que descansamos e nos preparamos para um próximo período de atividades, na espera das próximas férias”, afirma o pediatra Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).

Mas como tudo que é bom dura pouco, ou pelo menos, dura muito menos do que gostaríamos, de repente, não mais que de repente… Amanhã temos que voltar ao nosso dia-a-dia. Como assim? E agora?

“Embora a volta às aulas seja uma questão relacionada aos alunos, não são apenas esses que estão envolvidos nesse momento. Familiares, professores, transporte escolar são setores da sociedade que também participam ativamente desse processo”, observa o médico.

Segundo Moises Chencinski, o item central dessas transformações é o TEMPO, é o HORÁRIO. E tudo começa com: “Vou dormir mais tarde e acordar a hora que eu quiser. Afinal, não tenho nada programado para fazer mesmo”.

Dessa forma, é por aí que devemos retomar as nossas rotinas. Isso porque as rotinas foram mudadas e para retomarmos o nosso ritmo “normal” nosso corpo precisa de algum tempo de adequação. No caso das crianças, esse tempo pode ser mais sofrido e significativo.

O pediatra lista, a seguir, algumas dicas para que essa volta às aulas seja o menos traumática possível:

1-    Agende-se para que uma semana antes de terminarem as férias iniciem-se algumas mudanças;

2-    Converse com seu filho, explicando a ele a necessidade dessa retomada de rotina e estabeleça, com ele, um “plano de volta às aulas”. Não será fácil, mas pelo menos ele não será pego de surpresa em cima da hora;

3-    Se conseguir, na última semana de férias, tente fazer as crianças dormirem a cada dia cerca de 15-30 minutos mais cedo. Inicie esse passo, diminuindo as atividades físicas mais agitadas após o jantar, tentando reestabelecer a “paz e a calma” à noite.  Dessa forma, no final de uma semana, possivelmente essa questão estará resolvida;

4-    É mais fácil tirar da cama quem tem sono do que pôr para dormir quem não tem. Se a dica nº 3 não foi eficaz, tente tirar a criança da cama, nessa última semana de férias, a cada dia cerca de 15-30 minutos mais cedo. Mas se prepare para o mau humor inicial dessa mudança;

5-    Com a retomada dos horários de sono, os horários das refeições devem também, aos poucos, se normalizar. Assim, o café da manhã, que durante as férias acontecia por volta das 10 e meia, pode retomar seu horário adequado, sem que se pule essa refeição. O almoço sai das 16 horas (hora do lanche) e volta para o meio dia (hora do almoço);

6-    Programe com seu filho como serão as atividades nos dias de aulas (hora de acordar, sair de casa para a escola, lições, cursos e atividades extra: natação, futebol, ballet, inglês, violão, etc.) e também comprometa-se com ele aos finais de semana, mostrando que nesses dias (sábados, domingos e feriados) vocês poderão curtir juntos e retomar algumas coisas legais das férias, porém com mudanças menos radicais das rotinas;

7-    Inicie a diminuição, também gradual, do tempo dedicado à TV, ao videogame e ao computador, que provavelmente teve um aumento significativo nesse período, retomando a rotina do ano letivo;

8-    Fazer uma consulta médica pediátrica de rotina antes da volta às aulas é interessante para que se possa “contabilizar os danos”, se eles aconteceram, e para que a criança possa estar com seu organismo saudável e preparado para mais esse período de atividades escolares. O pediatra poderá avaliar a carteira de vacinações, a necessidade de exames complementares ou de consultas com especialistas (oftalmologista, ortopedista, dentista, etc.), além de orientar a família no que for necessário.

“Contar com a participação das crianças no processo de preparação para volta às aulas fortalece o vínculo familiar. A volta às aulas pode ser apenas mais uma parte de um processo normal de nossas vidas e não mais uma ‘tortura’ ou um ‘obstáculo a ser transposto’. Tendo isto em mente, desejo a todos uma boa volta às aulas”, diz o pediatra Moises Chencinski.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545