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Tratamentos alternativos aliviam a cólica dos bebês?

21/04/2011

Revisão de estudos afirma que não há nenhuma pesquisa consistente que comprove sua eficácia e alerta: o melhor é ficar longe deles. Confira
Ana Paula Pontes

Cólicas. Por mais que os médicos afirmem que é preciso calma - porque em três meses passa -, qual pai e mãe não fica angustiado (e esquece essa informação) na hora que o choro do filho começa? E os palpites, então, sobre o que fazer? Eles surgem de todo canto, até de uma amiga que insiste em dizer que um chazinho de camomila vai ajudar – e não fará mal. Será?

Um relatório publicado no jornal científico Pediatrics analisou 15 estudos com 944 bebês a respeito de alternativas para aliviar a cólica. Extratos de ervas, probióticos, massagens estavam entre os itens. No entanto, o resultado da análise mostrou que nenhum dos estudos tinha embasamento científico sólido. "Isso não quer dizer que essas coisas não funcionem, só ainda não sabemos", afirmou Rachel Perry, pesquisador da Peninsula Medical School, na Inglaterra, à agência Reuters. O consenso dos cientistas que partiparam do relatório é que o melhor é ficar longe das terapias alternativas.

O intestino do bebê é imaturo nos três primeiros meses e até com o leite materno, alimento em que tem mais facilidade de digerir até os seis meses, a cólica pode aparecer, apesar de ser mais difícil. "Com essa dificuldade inicial, qualquer coisa a mais que for oferecido ao bebê, como chás, água, vai exigir esforço do intestino, o que pode piorar o desconforto. Isso sem contar que até os seis meses a amamentação deve ser alimento exclusivo", diz o pediatra e homeopata Moises Chencinski. O especialista alerta, ainda, para o uso da funchicorea, um fitoterápico composto por algumas ervas, que pode agravar as cólicas pela contração que causa no intestino. Quanto aos probióticos, eles não são recomendados para crianças abaixo de seis meses.

O melhor a fazer, se surgirem cólicas no seu filho é você conversar com o pediatra. É ele, inclusive, que pode avaliar a necessidade de uma investigação maior, para afastar algum outro problema que possa estar procovando o desconforto no bebê. Mas lembre-se de que, em geral, é só uma fase de adaptação de seu organismo. Nunca dê nenhuma medicação por conta própria. Só o especialista é que pode indicar quando é realmente necessária. "Até a homeopatia, que não tem efeitos colaterais, só deve ser dada com prescrição médica", afirma Moises. Perante tudo isso, continuam valendo as recomendações que você já sabe:

- Tente (OK, não é fácil mesmo!) manter a calma, para observar e entender o seu bebê. Com o tempo, você vai saber exatamente o que significa cada choro. Muitas vezes, o que ele quer é o conforto do seu colo;

- Rotina. Ela é fundamental para o bebê e para você.

- Amamente seu filho na posição correta, em um ambiente tranquilo e não se esqueça de colocá-lo para arrotar depois;

- Não há comprovação de que o que a mãe come interfere na cólica do bebê. No entanto, fique de olho. Se você comeu muito chocolate, café ou uma comida pesada e seu filho teve mais gases, é melhor evitar. "A experiência de observação é riquíssima", diz Moises;

- Em um ambiente tranquilo, com luz amena, pegue seu filho no colo, de bruços (mas nunca o deixe dormir nesta posição – sempre de barriga para cima!), faça movimentos suaves em sua barriga da direita para a esquerda;

- Tenha paciência: depois dos três meses, tudo melhora!

Outra fonte: Izaura Assumpção, gastropediatra do Hospital Infantil Sabará (SP)


Essa matéria foi publicada no site da Revista Crescer (19/04/2011), no site da Unire (19/04/2011), no blog Salvem as nossas crianças (19/04/2011), no site Boa Nova - FM - Dourados - MS (26/04/2011), no site do Hospital Infantil Waldemar Monastier - Campo Largo - PR (26/04/2011), no blog Mamães e bebês (11/05/2011), no blog Fazendo Arte & Mulher (27/05/2011), no Portal Educação (24/04/2012).

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545