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Aleitamento materno e incidência de leucemia na infância: Metanálise e revisão sistemática.

Do site do Instituto Girassol

08/06/2015

Câncer na infância é um dos principais responsáveis na mortalidade de crianças e adolescentes, com uma taxa de crescimento de 0,9% ao ano e a leucemia contribui com 30% desse total.

Esse estudo, realizado na University of Haifa’s School of Public Health em Israel, buscou relacionar através de uma metanálise evidências entre aleitamento materno e leucemia na infância, avaliando artigos publicados entre 1960 e 2014 (PubMed, 
Cochrane, Scopus).

Foram selecionados 25 estudos relevantes, entre os quais 18 estavam perfeitamente alinhados com os pré-requisitos da pesquisa e foram comparados dois grupos: aleitamento por 6 meses ou mais com nenhum ou pouco aleitamento.

Os resultados desses estudos mostraram uma diminuição de 19% no risco de leucemia em crianças que foram amamentadas por 6 meses ou mais. Outra metanálise de 15 estudos mostrou uma diminuição mostraram um risco 11% menor entre as crianças que foram amamentadas alguma vez contra as que nunca foram amamentadas.

Baseados nessa metanálise, entre 14 e 19% dos casos de leucemia na infância podem ser prevenidos por aleitamento materno por 6 meses ou mais.

Comentário: Segundo dados do INCA, “no contexto mundial, o tipo mais frequente de câncer em crianças e adolescentes são as leucemias. No estudo Europeu (Steliarova-Foucher, 2004), as leucemias foram as mais frequentes em crianças, seguidas pelos tumores de SNC e linfomas. Nos EUA, as leucemias corresponderam a 26,3% de todos os tumores infantis, também seguidas dos tumores de SNC (17,6%) e linfomas (14,6%) (Li, 2008).” 

Os mesmos dados apontam para uma maior incidência na faixa etária de 1 a 4 anos, com percentual mediano de 31,6%.

De acordo com outro estudo publicado recentemente no Jornal de Pediatria (12/2014), “as taxas de mortalidade por leucemias linfoides e mieloides apresentam tendência de crescimento com exceção das leucemias linfoides entre meninos menores de 4 anos de idade (queda percentual 1,21% ao ano), enquanto no subgrupo denominado "Outros tipos de leucemias" observa-se tendência de queda. De forma global, a mortalidade por leucemias tende a aumentar para meninos e meninas, principalmente nas faixas etárias de 10 a 14 anos (aumento percentual anual de 1,23% para meninos e 1,28% para meninas) e 15 a 19 anos (aumento percentual anual de 1,40% para meninos e 1,62% para meninas).”

O aleitamento materno é uma medida de saúde pública acessível, de baixo custo e que apresenta, a cada dia, mais benefícios para a lactante, o lactente e a sociedade. Mais esforços devem ser feitos para que se atinjam os objetivos traçados pela OMS e pela SBP, aproveitando a janela de oportunidades dos primeiros 1000 dias dessa geração de 100 anos.

Publicação: The Bump
Fonte:
 Efrat L. Amitay, PhD, MPH; Lital Keinan-Boker, MD, PhD, MPH. Breastfeeding and Childhood Leukemia Incidence: A Meta-analysis and Systematic Review. JAMA Pediatr. 2015;169(6):e151025. 
DOI: http://dx.doi.org/10.1001/jamapediatrics.2015.1025

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545