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Odontopediatria em pacientes especiais

Especialista em odontologia para pacientes portadores de necessidades especiais
Contato: nathpraca@terra.com.br

 

O que significa ser um “paciente especial”? 
Pacientes especiais, ou pacientes portadores de necessidades especiais, são indivíduos que apresentam desvios no padrão de normalidade de sua condição física, mental, orgânica e/ou de sociabilização. Essa condição pode ser de caráter transitório (ex.: gravidez) ou permanente (ex.: hemofilia, autismo, paralisia cerebral). 

Existe uma especialidade na odontologia específica para esse atendimento? 
Sim, existe uma especialidade odontológica chamada “Odontologia para pacientes portadores de necessidades especiais”. Esses dentistas devem ter bastante conhecimento das particularidades de cada condição do paciente, bem como técnicas e sensibilidade para seu atendimento. 

Quais são as patologias mais freqüentes? 
As patologias mais freqüentes são os pacientes com alterações neurológicas (ex.: paralisia cerebral), pacientes sindrômicos (Síndrome de Down), alterações de comportamento (autismo, esquizofrenia), cardiopatas (com problemas no coração), pacientes com câncer, transplantados, fissuras lábio palatinas, dentre outros. 

Quais são as principais diferenças do atendimento a esses pacientes e aos demais? 
O tratamento odontológico em si é o mesmo, ou seja, as restaurações, limpezas, canais, extrações são as mesmas, feitas com a mesma técnica. Todas as crianças necessitam de um condicionamento ao dentista, ou seja, acostumarem-se com o ambiente de um consultório odontológico. O que muda é a eventual necessidade de um anestésico apropriado, a necessidade de adaptação de algumas técnicas (posicionamento na cadeira odontológico, facilidade de acesso, etc) e, quando necessário, a utilização de métodos de contenção quando a criança não permitir o atendimento (primeiro tenta-se o condicionamento verbal, e, caso não tenha efeito, pode evoluir para contenção física, sedação e, em último caso, anestesia geral). 

Quais são os problemas bucais mais freqüentes a esses pacientes? 
Os mais freqüentes são as cáries e os problemas periodontais (de gengiva). Alguns podem ter dificuldade motora, o que exige adaptação, ou a colaboração de um cuidador. É de suma importância a prevenção das doenças bucais. 

A condição do paciente pode interferir nas doenças bucais? 
Sim. Alguns medicamentos interferem diretamente nos problemas da boca (ex: anticonvulsivantes, anticoagulantes). A alimentação também é muito importante: doces aumentam a chance de cáries, alimentação pastosa não permite o exercitar da boca, causando “fraqueza” dos músculos da face, entre outros. Os problemas de coordenação, a dificuldade de outra pessoa fazer a higiene oral também são agentes que interferem negativamente, mas que podem ser contornados. 

Como fazer a higiene bucal? 
A higiene oral deve ser freqüente e rigorosa. Deve-se escovar os dentes após as refeições, ao menos 3 vezes ao dia, sendo que nunca devemos dormir sem escovar os dentes. A escovação deve ser feita com escovas macias e pastas com flúor. Deve-se colocar pouca pasta de dente na escova (alguns pacientes têm bastante ânsia ao escovar os dentes). O uso do fio dental também é fundamental. Existem alguns recursos que podem ajudar a higiene oral nesses pacientes como escovas elétricas, dedeiras, passa fio, adaptadores de escovas, etc. 

Quando devo levar meu filho ao dentista? 
As crianças (especiais ou não) devem ir ao dentista quando começarem a nascer os primeiros dentinhos, e continuar freqüentando o dentista regularmente. É MUITO importante contar ao dentista toda e qualquer alteração que tenhamos (doenças, cirurgias, alergias, etc) e TODOS os medicamentos em uso. Toda informação vai complementar o diagnóstico, e orientar o atendimento, evitando intercorrências. 

Consulte o dentista! Ele(a) vai conseguir ajudar, tratar e manter a saúde bucal de seus filhos!