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Síndrome pré-menstrual (SPM) - Introdução

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Síndrome Pré Menstrual (SPM) 
Considerando-se que uma mulher menstrua meses, por mais de 30 anos, pode-se dizer que ela, possivelmente, sofrerá de síndrome pré–menstrual por mais de 5 anos de sua vida. Dá-se o nome de síndrome pré–menstrual ao conjunto de sintomas surgidos na fase que antecede a menstruação e que desaparecem com o seu inicio. Estima–se que 30% das mulheres em idade fértil apresentam algum sintoma pré–menstrual. Pode parecer assustador, mas cerca de 5% das "vítimas" enfrentam quadros tão severos que são obrigadas a se afastar do trabalho, do convívio social e, às vezes, do meio familiar. Nos casos mais sérios, a doença pode levá–las, até mesmo, a cometer o suicídio. 

Quem pode sofrer de SPM? 
Algumas mulheres estão mais sujeitas que outras a sofrer de síndrome pré-menstrual. Os sintomas ocorrem mais comumente entre as que se enquadram em pelo menos um dos seguintes critérios: 
-Histórico familiar de síndrome pré-menstrual; 
-Histórico familiar ou pessoal de depressão pós-parto; 
-Início de sintomas durante a puberdade; 
-Início de sintomas logo após a interrupção de um tratamento anticoncepcional hormonal. 

Fatores associados e influentes
Muitos autores acreditam que haja uma relação múltipla de causa e efeito na Síndrome Pré–Menstrual que ocorreria em conseqüência de uma desorganização hormonal ou de neurotransmissão (carência de serotonina, por exemplo) sob influência de fatores ambientais psicológicos e/ou nutricionais. A falta de alguns compostos como a vitamina B-6, o cálcio e o zinco, também pode ser responsável pela síndrome. 
Estudos mostram que fatores sociais e culturais, stress, experiências vividas, além de doenças atuais e/ou antigas tenham influência na síndrome pré-menstrual. Há expectativas culturais e imagens estereotipadas sobre o ciclo menstrual para possíveis variações do humor e do comportamento. Nessa situação, o importante é o aspecto psicológico da mulher. Apesar de ocorrer igualmente, sem distinção de cultura ou status sócio–econômico, alguns quadros clínicos específicos têm sido mais freqüentes em determinadas regiões. 
Não há nada de comprovado sobre uma possível relação entre características de personalidade e os sintomas da doença. Quanto à genética, poucos autores estudaram seu papel, identificando-se, porém, uma provável influência. 

Tensão Pré-Menstrual X Síndrome Pré-Menstrual
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde classificou como uma síndrome este problema que atinge milhões de mulheres, o que invalidou a tão conhecida TPM – Tensão Pré-Menstrual. A explicação é simples: tensão implicaria apenas mudanças nos aspectos nervosos e emocionais da mulher. Porém, sintomas orgânicos estão também presentes no período, causando dores e inchaços pelo corpo. Todos esse fatores englobam uma síndrome que inclui, ainda, as mudanças comportamentais. 
O médico explica que a mulher tem quatro tipos básicos de humor, determinados por variações hormonais ao longo do ciclo menstrual. Na menstruação, do 1º ao 5º dia do ciclo, a mulher está preguiçosa e sem forças, às vezes com enxaqueca e cólicas; na fase pré-ovulação, do 5º ao 12º dia, o ânimo e a disposição estão em alta, a mulher quer se cuidar, sair e namorar; na ovulação, de dois dias de duração, estará mais ativa e sensual do que nunca; após a ovulação, a partir do 15º dia, vêm dias de quietude doméstica e impulsos maternais que podem se transformar, por distúrbios hormonais, naquilo que se conhece por tensão pré-menstrual, que é agravada nos três últimos dias do ciclo, do 25º ao 28º dia.